(Proposta n.º 996/2009 - agendada para Reunião de Câmara de 16 de Setembro)
Lisboa com Carmona propõe à Câmara Municipal de Lisboa a atribuição da Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro, à artista plástica lisboeta Ana Maria de Castello-Branco Gago da Câmara do Botelho de Medeiros, incontornável figura da pintura portuguesa.
Ana Maria de Castello-Branco Gago da Câmara do Botelho de Medeiros nasceu em 1936, em Lisboa. Iniciou os seus estudos de pintura com os Mestres João Reis e Eduardo Malta. Cursou “Formation general en Philosophie des Arts et Sciences” no Instituto de Mortefontaine, em Paris e, na mesma cidade, licenciou-se em Artes Plásticas na Escola Superior do Louvre. Depois de participar em diversas exposições colectivas em Paris e Roma, fez a sua primeira exposição individual em Lisboa no S.N.I., em 1963, e, no ano seguinte, recebeu o Prémio Revelação de Pintura Portuguesa concedido pela imprensa. De lá até hoje, foram inúmeros os locais onde expôs em Portugal e no estrangeiro. Está representada em diversas colecções particulares e museológicas, em Portugal e no Mundo. A Fundação Calouste Gulbenkian é exemplo entre outras entidades da atenção demonstrada por instituições de prestígio a esta Artista, possuindo no seu acervo três quadros de três fases distintas da sua obra. Além de artista plástica, é autora de dois livros de Poesia - «Varanda sem casa» e «Céu de linho», de 1968 e 1971 respectivamente. Pelo seu mérito cultural, a cidade de Loures deu o seu nome à rua onde vive e tem o seu atelier.A vida de Ana Maria Botelho dividiu-se entre Lisboa, Roma e Paris, e é nesta cidade que tomou contacto com a vida literária e artística, sendo aí que conheceu Camus e frequentou o estúdio de Jean de Beauvoir. Num percurso recheado de amizade com intelectuais e artistas de diversas filosofias e ideais, desvendar as memórias de Ana Maria Botelho leva-nos à Roma da década de cinquenta, das manhãs no Vaticano até à emoção da Artista perante o seu primeiro encontro privado com João XXIII; às tertúlias parisienses, com Jean Marais e Jean Cocteau, em casa de Louise de Villemorin; o encontro emocionante com Peggy Gungenheim quando esta lhe adquire um quadro em casa de amigos comuns; os quase dois anos ajudando presidiárias na sua integração, nos arredores de Paris, na «Obra de Santa Maria Madalena» do Padre Jean Courtois; o conhecimento com Picasso e sua mulher, Françoise Giraud e os seus almoços em Notre Dame de la Vie; escutamos os conselhos sábios de seu avô Marquês de Belas; os almoços de pastéis de bacalhau e arroz de tomate com Maria Helena Vieira da Silva e Arpaad, na sua casa da Lagariça; a vivência no Palácio da Rua da Junqueira, conhecendo personalidades que vão desde Chefes de Estado a Príncipes da Igreja, passando por Nureyev e Margot Fonteyn; as temporadas nos Açores na casa de família, no Paço de Nossa Senhora da Vida, fundação criada pelo seu Pai, o Visconde do Botelho; o convívio e as tertúlias com Francisco de Sousa Tavares, Urbano Tavares Rodrigues, Bual, Natércia Freire, Adriano Moreira e tantos outros; as noitadas de fado em Pintéus, com João Ferreira-Rosa e Amália; as temporadas em Alcochete, com fados e touros; a criação, na década de noventa, de uma casa de arte onde lançou imensos artistas. Sem dúvida, um percurso riquíssimo de uma Mulher do Mundo que, depois de um interregno de diversos anos, nos mostrou na sua ultima exposição individual, à qual chamou «Um olhar com muita gente dentro» os seus mais recentes quadros. Essa exposição ocorreu em Março passado no Museu da Água no reservatório da Patriarcal, em vésperas da realização da sua retrospectiva de pintura a convite da Câmara Municipal de Lisboa e do lançamento do seu livro «Ana Maria Botelho – vida e obra».
Lisboa com Carmona propõe à Câmara Municipal de Lisboa a atribuição da Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro, à artista plástica lisboeta Ana Maria de Castello-Branco Gago da Câmara do Botelho de Medeiros, incontornável figura da pintura portuguesa.
Ana Maria de Castello-Branco Gago da Câmara do Botelho de Medeiros nasceu em 1936, em Lisboa. Iniciou os seus estudos de pintura com os Mestres João Reis e Eduardo Malta. Cursou “Formation general en Philosophie des Arts et Sciences” no Instituto de Mortefontaine, em Paris e, na mesma cidade, licenciou-se em Artes Plásticas na Escola Superior do Louvre. Depois de participar em diversas exposições colectivas em Paris e Roma, fez a sua primeira exposição individual em Lisboa no S.N.I., em 1963, e, no ano seguinte, recebeu o Prémio Revelação de Pintura Portuguesa concedido pela imprensa. De lá até hoje, foram inúmeros os locais onde expôs em Portugal e no estrangeiro. Está representada em diversas colecções particulares e museológicas, em Portugal e no Mundo. A Fundação Calouste Gulbenkian é exemplo entre outras entidades da atenção demonstrada por instituições de prestígio a esta Artista, possuindo no seu acervo três quadros de três fases distintas da sua obra. Além de artista plástica, é autora de dois livros de Poesia - «Varanda sem casa» e «Céu de linho», de 1968 e 1971 respectivamente. Pelo seu mérito cultural, a cidade de Loures deu o seu nome à rua onde vive e tem o seu atelier.A vida de Ana Maria Botelho dividiu-se entre Lisboa, Roma e Paris, e é nesta cidade que tomou contacto com a vida literária e artística, sendo aí que conheceu Camus e frequentou o estúdio de Jean de Beauvoir. Num percurso recheado de amizade com intelectuais e artistas de diversas filosofias e ideais, desvendar as memórias de Ana Maria Botelho leva-nos à Roma da década de cinquenta, das manhãs no Vaticano até à emoção da Artista perante o seu primeiro encontro privado com João XXIII; às tertúlias parisienses, com Jean Marais e Jean Cocteau, em casa de Louise de Villemorin; o encontro emocionante com Peggy Gungenheim quando esta lhe adquire um quadro em casa de amigos comuns; os quase dois anos ajudando presidiárias na sua integração, nos arredores de Paris, na «Obra de Santa Maria Madalena» do Padre Jean Courtois; o conhecimento com Picasso e sua mulher, Françoise Giraud e os seus almoços em Notre Dame de la Vie; escutamos os conselhos sábios de seu avô Marquês de Belas; os almoços de pastéis de bacalhau e arroz de tomate com Maria Helena Vieira da Silva e Arpaad, na sua casa da Lagariça; a vivência no Palácio da Rua da Junqueira, conhecendo personalidades que vão desde Chefes de Estado a Príncipes da Igreja, passando por Nureyev e Margot Fonteyn; as temporadas nos Açores na casa de família, no Paço de Nossa Senhora da Vida, fundação criada pelo seu Pai, o Visconde do Botelho; o convívio e as tertúlias com Francisco de Sousa Tavares, Urbano Tavares Rodrigues, Bual, Natércia Freire, Adriano Moreira e tantos outros; as noitadas de fado em Pintéus, com João Ferreira-Rosa e Amália; as temporadas em Alcochete, com fados e touros; a criação, na década de noventa, de uma casa de arte onde lançou imensos artistas. Sem dúvida, um percurso riquíssimo de uma Mulher do Mundo que, depois de um interregno de diversos anos, nos mostrou na sua ultima exposição individual, à qual chamou «Um olhar com muita gente dentro» os seus mais recentes quadros. Essa exposição ocorreu em Março passado no Museu da Água no reservatório da Patriarcal, em vésperas da realização da sua retrospectiva de pintura a convite da Câmara Municipal de Lisboa e do lançamento do seu livro «Ana Maria Botelho – vida e obra».
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