In: PortalLisboa, Março 2009
O lixo que anda por aí
A propósito da recente e infelizmente ainda presente crise financeira mundial, lembrei-me da “velha” receita ambiental dos 3R: reduzir, reciclar, reutilizar. E isto porque se tem falado muito no ”lixo toxico” abundante que afinal existia (e porventura ainda existe) em certos mercados financeiros. Se soubermos aprender com os erros do passado, quereremos certamente não reduzir, mas antes eliminar mesmo esse tipo de lixo que já se viu que tem efeitos extremamente negativos para o “ambiente”. Também vejo com dificuldade soluções que possam reciclar ou muito menos reutilizar esse lixo, pelo menos de forma sustentável.
Pode ser que, como se costuma dizer, se possa transformar uma dificuldade numa oportunidade. Não deixa contudo de nos ficar um certo lamento, ou mesmo um sentimento de tristeza, em constatar que por vezes é mesmo preciso haver grandes dificuldades para que possam aparecer boas oportunidades. Oportunidades de mudança, de correcção de erros, de inflexão de políticas, de alteração de comportamentos. Sucedeu assim muitas vezes no passado. Com resultados muito positivos, mas que nem sempre foram suficientemente duradouros.
Seguramente que muitas pessoas me acompanham no pensamento de que, à semelhança da crise financeira, outras crises deveriam já ter rebentado com a mesma intensidade para que houvesse forçosamente que fazer mudanças. Quantos sectores da nossa sociedade, dita moderna, não mereceriam ver o seu “lixo toxico” varrido de uma vez por todas? Será que é mesmo preciso bater no fundo para se pensar seriamente em mudanças? Uma democracia que se diz consolidada, e uma sociedade que se pretende moderna, não podem ficar descansadas nem estar de boa consciência enquanto só se arregaçarem as mangas quando a casa já foi abaixo.
Lisboa, 3 de Março de 2009
António Carmona Rodrigues
A propósito da recente e infelizmente ainda presente crise financeira mundial, lembrei-me da “velha” receita ambiental dos 3R: reduzir, reciclar, reutilizar. E isto porque se tem falado muito no ”lixo toxico” abundante que afinal existia (e porventura ainda existe) em certos mercados financeiros. Se soubermos aprender com os erros do passado, quereremos certamente não reduzir, mas antes eliminar mesmo esse tipo de lixo que já se viu que tem efeitos extremamente negativos para o “ambiente”. Também vejo com dificuldade soluções que possam reciclar ou muito menos reutilizar esse lixo, pelo menos de forma sustentável.
Pode ser que, como se costuma dizer, se possa transformar uma dificuldade numa oportunidade. Não deixa contudo de nos ficar um certo lamento, ou mesmo um sentimento de tristeza, em constatar que por vezes é mesmo preciso haver grandes dificuldades para que possam aparecer boas oportunidades. Oportunidades de mudança, de correcção de erros, de inflexão de políticas, de alteração de comportamentos. Sucedeu assim muitas vezes no passado. Com resultados muito positivos, mas que nem sempre foram suficientemente duradouros.
Seguramente que muitas pessoas me acompanham no pensamento de que, à semelhança da crise financeira, outras crises deveriam já ter rebentado com a mesma intensidade para que houvesse forçosamente que fazer mudanças. Quantos sectores da nossa sociedade, dita moderna, não mereceriam ver o seu “lixo toxico” varrido de uma vez por todas? Será que é mesmo preciso bater no fundo para se pensar seriamente em mudanças? Uma democracia que se diz consolidada, e uma sociedade que se pretende moderna, não podem ficar descansadas nem estar de boa consciência enquanto só se arregaçarem as mangas quando a casa já foi abaixo.
Lisboa, 3 de Março de 2009
António Carmona Rodrigues
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