terça-feira, 9 de setembro de 2008

“Há Festa na Cidade” por António Carmona Rodrigues

Há Festa na Cidade!
As Festas da Cidade de Lisboa decorreram ao longo do mês de Junho, como tem sido hábito. Mas a edição deste ano não ficou isenta de algumas grandes trapalhadas, tais como as peripécias e o atraso no arranque da Feira do Livro, ou ainda a iniciativa desta maioria PS/BE de ter aprovado uma proposta visando reduzir drasticamente os apoios às colectividades para os arraiais populares, maioria essa que, felizmente, deu uma volta atrás e voltou a dar os apoios iguais aos do ano anterior.
Pese embora o programa autárquico do PS para as intercalares incluir expressamente uma medida visando “repudiar qualquer aproveitamento do espaço público para fins comerciais”, tem-se assistido a diversos exemplos de como se promete uma coisa e se faz outra. Escandaloso exemplo foi o da Praça das Flores, com a campanha dos automóveis Skoda! Mas outros foram igualmente chocantes, como a pindérica campanha de iluminação do Natal de 2007 patrocinada pelo banco espanhol Santander. Nas Festas da Cidade deste ano espalharam-se bandeiras de diversos patrocinadores por vários locais da cidade: Restauradores, Av. da Liberdade, Marquês de Pombal, alto do Parque Eduardo VII, Praça de Espanha, etc.
Pessoalmente, não acho mal que certas empresas privadas se possam associar às Festas da Cidade, patrocinando-as em troca de publicidade no espaço público. O que é já difícil de entender é por que é que as Festas da Cidade terminaram há mais de dois meses e a publicidade continua espalhada pela cidade, com a referência do apoio às festas!
Será que alguém se esqueceu de retirar a publicidade? Será que as Festas da Cidade se prolongaram e ninguém deu por nada? Será que as contrapartidas de publicidade diziam respeito a um período de tempo que ia para além das Festas? Ou será que isto é um prenúncio do que vão ser umas verdadeiras Festas neste ano eleitoral? Para quem levantou a bandeira do rigor, estas bandeiras não ficam nada bem na fotografia.

8 de Setembro de 2008

António Carmona Rodrigues

Sem comentários: