sábado, 5 de janeiro de 2008

Novo Aeroporto de Lisboa - a oportunidade da Portela

Conferência de Imprensa
NOVO AEROPORTO DE LISBOA
a oportunidade da Portela


Janeiro 2008
António Carmona Rodrigues



Visão estratégica para Lisboa.
Perspectivar Lisboa como uma cidade competitiva, uma cidade sustentável, uma cidade solidária e uma cidade Capital
Tornar Lisboa competitiva! Diversos são os factores desta complexa cadeia que é tornar uma cidade competitiva.
Tornar uma cidade palco de múltiplas relações económico-financeiras, sociais e ambientais. Tornar uma cidade que espelhe uma sociedade activa, confiante e justa.
E quando essa cidade é simultaneamente Capital do país são ainda mais complexas as vertentes de abordagem.
• o posicionamento geográfico,
• o acesso a redes de serviços e bens de consumo,
• o acesso ao emprego e a equipamentos sociais,
• a salvaguarda do ambiente urbano e a qualificação do espaço público,
• a afirmação cultural e patrimonial,
• a modernização das infra-estruturas e melhoria da mobilidade, e
• o reforço da coesão social e da vivência urbana,
são necessariamente aspectos que determinam e condicionam o desenvolvimento sustentável de um qualquer território.
A discussão sobre a localização de um novo aeroporto é certamente aspecto essencial na reformulação das tão necessárias políticas sectoriais de natureza social, económica e urbanística.
Por outro lado, a definição desta localização tem obviamente impactos na macro escala quer a nível nacional, quer regional, quer ainda local.
Obviamente que a localização do NOVO AEROPORTO DE LISBOA no Campo de Tiro de Alcochete, vai certamente trazer impactos a Lisboa, positivos e negativos, que ainda estão por avaliar.
A localização no Campo de Tiro de Alcochete do Novo Aeroporto de Lisboa apresenta-se claramente mais vantajosa para Lisboa comparativamente a outras localizações, nomeadamente a Ota.
A solução de manutenção da Portela como um Aeroporto de Cidade (City Airport) é estratégica para o posicionamento e desenvolvimento de Lisboa.
É igualmente estratégica para a afirmação de Portugal no contexto europeu, principalmente no turismo de negócios e de lazer, onde se tem verificado um importante crescimento.
Considerando esta premissa base de manutenção da Portela, Lisboa tem aqui certamente uma estratégia e um programa a definir.
A discussão em torno desta matéria tem sido inevitavelmente grande. Mas, dos estudos e debates realizados, uma conclusão parecia óbvia e cada vez mais defendida – deve manter-se um Aeroporto na Portela.
E só pode. Olhar para os modelos implementados ou em vias de implementação em qualquer cidade europeia permite a Lisboa alcançar e desenvolver uma estratégia ímpar no seu posicionamento internacional e de gestão aeroportuária.
Neste pressuposto, há que reflectir sobre o modelo a implementar na Portela e considerar as abordagens já realizadas a esta possibilidade.
Designadamente o estudo “O “Phasing out” do aeroporto da Portela e a hipótese de manutenção de um “aeroporto de cidade”, em Lisboa”.
A Portela poderá manter-se como um Aeroporto de Cidade, vocacionado preferencialmente para o tráfego de negócios e turismo, à semelhança do que vem acontecendo em muitas outras cidades.
Abarcando essencialmente os vôos europeus, nacionais e particulares, garante uma oferta de serviço obviamente competitiva comparativamente com qualquer outro aeroporto cuja distância aos centros de decisão e lazer seja bastante superior.
Este Aeroporto de Cidade seria implantado no actual aeroporto da Portela utilizando quer uma das pistas existentes (a pista 03-21), quer edifícios e instalações técnicas de apoio existentes.
Quanto à área necessária, estima-se que apenas seriam necessários cerca de 210 ha dos 510 ha actualmente afectos ao Aeroporto da Portela.
Daqui resultaria a libertação de cerca de 300 ha cuja utilização poderá ser convertida, podendo vir a abarcar usos diversos, como áreas para desenvolvimento tecnológico, empreendedorismo, serviços ou áreas verdes em função da análise da respectiva vocação e reclassificação do solo.
Alguns aspectos importantes do projecto:
• Desafectação de uma importante área para outros usos
• Eliminação de uma das duas pistas existentes - a pista 17-35
• Melhoria das condições ambientais: ruído, qualidade do ar, contaminação dos solos
• Manutenção de muitas instalações existentes
• Eventual interesse na manutenção do AT1, actualmente no Figo Maduro
• Mudança de muitos dos serviços para o novo aeroporto
• Mudança faseada e coordenada com o desenvolvimento do novo aeroporto
• Pista com capacidade para aeronaves que poderão ir até ao Centro/Norte da Europa, Regiões Autónomas, Norte de África (ICAO nº4-C)
Este Aeroporto de Cidade utilizará uma sustentada e articulada rede quer de acessibilidades viárias quer de transportes.
Com a premente extensão da rede do Metropolitano até ao Aeroporto da Portela esta infra-estrutura será certamente o importante meio das deslocações entre o Aeroporto e o centro da cidade. Aliás o actual investimento na rede de metro na extensão da linha Vermelha até ao aeroporto encontrará aqui o respectivo retorno.
Por outro lado, a proximidade às redes ferroviária e rodoviária não deixam de se revelar um importante aspecto na acessibilidade e mobilidade.
O Aeroporto de Cidade – “Lisbon City Airport” com a sua pista, áreas operacionais e um terminal de passageiros, resulta em quase tudo no aproveitamento do existente.
A intermodalidade da Portela em termos de transportes, incluindo a ligação da aerogare à rede do Metropolitano de Lisboa com estações de conexão directa com a já anunciada futura gare do Comboio de Alta Velocidade – AVF na Gare do Oriente e terminal rodoviário, para além das já existentes ligações à rede da Carris e aos táxis.
Neste conceito de Aeroporto de Cidade a desenvolver para a Portela, as instalações militares do Figo Maduro (AT1 da Força Aérea Portuguesa) poderão, caso haja vontade, ser mantidas na Portela.
Espaços a destinar a outros usos (reconversão funcional)
A integração naquele espaço físico (300 ha) de valências diversas que poderão:
a) nalguns casos, constituir adequada solução para questões existentes ou que já se perspectivam no horizonte e, noutros,
b) ajudar a dar corpo à criação de uma nova centralidade na cidade de Lisboa, rentabilizando espaços através da implantação de outros usos.


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